Mestre Waldomiro, o maior diretor de bateria de todos os tempos.
Além da profissão, tinha como entretenimento dirigir a Bateria da Mangueira, com muito amor, carinho e conhecimento. Encourava os instrumentos de nossa Escola recebendo por isso, uma pequena ajuda financeira.
Era muito admirado e respeitado por todas coirmãs e nossos componentes.
Graças ao Roberto Paulino, que tomando conhecimento da situação de "Mestre Waldomiro", que não tinha nem carteira assinada, colocou-o trabalhando na Cia. Cerâmica Brasileira, mesmo já possuindo uma idade avançada e com isso, habilitando-o a uma aposentadoria junto a Previdência Social.
Roberto fez isso, não só para ajudar a um amigo, pois sabia-o, antes de mais nada, ser uma pessoa responsável e trabalhadora e que nunca o decepcionaria, como não decepcionou, trabalhando sempre com honestidade e respeito. Tudo isso, ele tinha também com a nossa Bateria.
- O Mestre Waldomiro devido sua experiência, tinha um dos melhores "ouvidos", sentia quando qualquer ritmista destoava do ritmo, quando isso acontecia, tirava-o imediatamente do conjunto, se houvesse uma resistência, ele arrebatava de suas mãos a peça de Bateria. Isso poderia ser feito mansamente, ou de forma violenta, arremessando contra o componente uma baqueta e as vezes, aos cascudos e empurrões.
- Tive o honra de conviver com ele!
- Foi uma grande alma e grande amigo, e antes de tudo, um grande "Baluarte" da nossa Mangueira.
- Foi uma grande alma e grande amigo, e antes de tudo, um grande "Baluarte" da nossa Mangueira.
Possuía um defeito físico que o fazia mancar em uma das pernas, o que não lhe tirava a imponência e a elegância quando vinha a frente no comando da nossa Bateria.
Se tinha uma coisa que lhe tirava do sério, era quando na rua o chamavam de "Valdemiro Pimentão". Cheguei a ver muitas vezes o Mestre Tinguinha com seu modo peculiar de advertir, pedindo: - "...mais respeito e compreensão com o Waldomiro!".
Quando desaparecia um gato na Mangueira, colocavam logo a culpa nele, pois todos sabiam que ele era um apreciador de sua carne e tirava o couro para encourar os tamborins que na época, não possuíam tarraxas como hoje e eram aquecidos com o calor do jornal em chamas, tirando-lhe a umidade e enrijecendo-o, com isso, o ritmista conseguia tirar um som maravilhoso do instrumento.
Um fato incontestável, é que, com sua dedicação e perseverança, nos levou a grandes vitórias conduzindo a nossa Bateria.