LARGO DO SOSSEGO
Esta postagem está exatamente como meu pai deixou, está transcrita, na íntegra.
O Largo do Sossego ficava num elevado onde existiam diversos painéis com propagandas direcionadas para a ponte existente na época, da qual restou o trecho que liga a Rua São Francisco Xavier a Rua Santos Melo (Vila Olímpica).Existiam tanques para a lavagem de roupas, cordas e varais e um pequeno quaradouro de capim, para a secagem de roupas, atravessado por uma pequena vala, na qual, era jogada a água depois de usada.
Em volta do local, moravam Irene, Isaura, Nena e diversas mulheres que usavam o local lavando roupa. Umas lavavam, outras olhavam, cantavam e discutiam muito, bebiam muita cerveja, quando não tinham condições de comprar, aos conhecidos que passavam pediam que pagasse uma, e quando a intimidade era grande, praticamente, intimavam. No Largo tinha a tendinha do Manuel, filho do Chicão, o que ajudava na compra de bebida.
Ao perguntarem a Neuma o motivo de chamarem o local de “Largo do Sossego”, ela respondeu: “- Este nome é uma ironia dos moradores, existiu um período em que malandro ali, não dava sossego a ninguém e com isso, ironicamente os moradores passara a chamar de “Sossego””.
Nos finais de semana, era comum, por se encontrar ao lado da casa da Neuma, juntarem-se no local moradores do Morro, componentes da Escola e visitantes, contanto causos, cantando samba, com tiradas de Partido Alto. Era muito divertido, cada um se acomodava como podia.
Existia um portão que ligava a casa da Neuma ao Largo, por ser o acesso ao telefone que ficava na janela. Só existiam três telefones no Morro: no Armazém do meu pai, na Neuma e na Dona Efigênia.
Aqui meus amigos, está uma descrição bem modesta do que foi o Largo do Sossego, com muita tradição em Mangueira.
Já existiu, não existe mais. Fica como recordação.
LARGO DO SOSSEGO